Cada fase da vida de um animal de estimação demanda diferentes cuidados veterinários. Entender essas particularidades é essencial para que o tutor mantenha o bem-estar e a saúde do pet. Conheça um pouco mais sobre o ciclo de cuidados em cada período para cães e gatos.
Cachorros são os animais de estimação mais adotados pelas famílias brasileiras e os cuidados veterinários com eles devem começar desde cedo, garantindo que os cães se desenvolvam de forma saudável.
Ao levar o filhote no veterinário, um dos primeiros procedimentos será a realização das vacinas necessárias. Entre elas, a polivalente (também conhecida como múltipla ou V10) é considerada uma das mais importantes, pois protege o cão contra as principais doenças: cinomose, parvovirose, coronavirose, hepatite infecciosa canina, adenovírus tipo 2, parainfluenza e as leptospiroses.
Além disso, recomenda-se a aplicação da vacina antirrábica quando o filhote tem quatro meses. O reforço deve ser feito anualmente ou conforme a recomendação do veterinário. Outras vacinas – que previnem tosse dos canis, giardíase canina e leishmaniose – são feitas de acordo com cada caso.
O controle de parasitas consiste no tratamento contra as infestações internas e externas, incluindo vermes, pulgas, carrapatos e outros. A medicação utilizada e a rotina de cuidados variam de acordo com o estilo de vida do cachorro, incluindo ambiente em que habita e convivência com outros animais.
Os filhotes de cachorro podem ser castrados depois do término do ciclo de vacinas, por volta dos seis meses de vida. A cirurgia é rápida, segura e diminui as chances do surgimento de tumores ligados ao sistema reprodutivo do pet.
De acordo com o CRMVSP, a castração de cadelas pode ser feita após o primeiro cio, especialmente quando trata-se de porte grande ou gigante – labrador, golden retriever, dogue alemão e fila brasileiro –, pois o organismo já está totalmente formado. Entretanto, nas raças de pequeno porte, a cirurgia pode ser feita antes do primeiro cio, por volta dos cinco ou seis meses.
Além dos cuidados citados, o atendimento veterinário varia de acordo com cada fase da vida do cão:
Filhotes – até os quatro meses os cachorros precisam de acompanhamento mensal para monitorar o desenvolvimento, avaliar eventuais problemas congênitos, fazer as orientações pediátricas, receber as vacinas necessárias, controlar o surgimento de parasitas e realizar testes para a prevenção de doenças.
Adultos – nessa fase os cães já estão bem-desenvolvidos. Se o animal for saudável, as consultas podem ser mais espaçadas e o médico veterinário atuará na prevenção de doenças, reaplicação de vacinas e controle de parasitas.
Idosos – os cachorros são considerados idosos de acordo com a raça e o porte, mas, em geral, cães maiores envelhecem mais rápido do que os pequenos. Nesse período, eles precisam de acompanhamento mais frequente para prevenir as doenças que surgem com o envelhecimento.
Os gatos estão na segunda posição entre os principais animais de estimação da família brasileira e os cuidados com os felinos são distintos do processo feito com os cães, pois eles possuem um sistema imunológico mais sensível em certos aspectos.
Os vírus da imunodeficiência felina (FIV) e da leucemia felina (FeLV) são transmitidos apenas entre felinos, comprometendo o sistema imunológico dos bichanos e tornando-os mais suscetíveis a infecções secundárias. A realização de testes para diagnóstico destas doenças é necessária durante os primeiros meses de vida, pois o resultado positivo altera totalmente a rotina de cuidados que o gato precisará durante o restante de sua vida. O diagnóstico pode ser feito com a detecção de anticorpos no organismo do felino, através de exame de sangue ou com o teste rápido que mostra os resultados em poucos minutos.
Assim como nos cães, uma das vacinas mais importantes para manter os felinos saudáveis é a polivalente, que pode ser feita até os dois meses de idade e é administrada em duas doses. Aos três ou quatro meses, o gato pode tomar a antirrábica, de dose única. Após esse período inicial, o reforço deve ser feito anualmente ou conforme orientação veterinária.
O controle de parasitas para gatos busca extinguir infecções internas e externas. Em geral, a primeira dose de vermífugo é feita entre os 15 e 30 dias de vida e a reaplicação varia de acordo com a orientação veterinária. Além disso, o tratamento contra pulgas e carrapatos é feito de acordo com a idade do felino, ambiente em que habita e convivência com outros pets.
A partir dos seis meses, os gatos já podem ser castrados. Nessa fase, a operação é mais rápida e tranquila do que nos felinos adultos. O procedimento é seguro e evita diversos problemas, como tumores.
Em gatas, a castração pode ser feita antes dos seis meses, reduzindo em até 91% as chances de desenvolvimento do câncer de mama. Essa recomendação é geral e pode variar de acordo com o animal – em alguns casos, a castração entre o primeiro e o segundo cio também pode ser efetiva.
É importante que os tutores acompanhem todo o desenvolvimento e o envelhecimento do gato com um médico veterinário. Enquanto filhotes, os felinos demandam consultas regulares para avaliar o crescimento e acompanhar a nutrição durante esta fase tão importante.
Já durante a idade adulta, que ocorre por volta dos 12 meses, o acompanhamento pode ter intervalos maiores, pois os felinos terão o organismo completamente desenvolvido. Posteriormente, na fase idosa, o gato pode se tornar mais sensível, menos ativo, desenvolver sobrepeso, diabetes, doenças renais, hepatite, entre outros problemas. Por isso as consultas precisam ser mais regulares, demandando exames e outros procedimentos para que o felino se mantenha saudável.