Adotar um gato é sempre uma alegria, afinal, ele será um amigo que acompanhará a família por muitos anos – o CRMV-AL estima que eles podem viver até, aproximadamente, os 20 anos. Mas para garantir uma vida saudável ao felino, é essencial que este processo se inicie pelos cuidados com a adaptação do pet. Para te auxiliar nesta missão, preparamos um artigo especial, detalhando as melhores formas de adaptar o gato ao novo lar, causando o mínimo de estresse possível. Confira!
Gatos são animais que prezam pelo território e podem ser muito sensíveis a mudanças no ambiente, especialmente quando ocorrem transformações mais bruscas. Isso inclui a adoção, afinal, o felino, que antes convivia com a mãe e irmãos, precisa se adaptar a novas pessoas, cheiros, animais…
Em alguns casos, os gatos podem apresentar sintomas mais graves, incluindo bolas de pelos e falta de apetite. Segundo um estudo da Universidade de Ohio, os sinais (que se assemelham à algumas doenças) são reações do organismo ao estresse. Assim, é imprescindível que qualquer mudança na rotina ou ambiente dos gatos, seja feita de forma gradativa e respeitando as particularidades dos felinos. Para isso, o ideal é que um médico veterinário especializado no comportamento dos gatos acompanhe o processo, minimizando o impacto na saúde do pet.
O primeiro passo para garantir que o gato poderá se adaptar à nova família de forma saudável, é adaptar o seu novo lar. Conheça algumas das principais precauções que devem ser feitas antes do felino ser adotado:
Gatos costumam ser muito brincalhões, além de caçadores natos. Desta forma, tendem a gostar de “passeios” na rua, perseguir animais pequenos (roedores, pássaros) e interagir com outros animais que se aproximem da casa. Entretanto, o ambiente externo é hostil aos felinos, tornando-os suscetíveis a acidentes, brigas com outros gatos, envenenamento, gestações indesejadas e infecção por doenças ou parasitas – incluindo pulgas e carrapatos.
Assim, para protegê-lo dos perigos externos, toda a casa deve ser telada, incluindo janelas (em especial nos andares altos) e portões. Com este cuidado, a estimativa de vida do gato salta de 6 anos (indivíduos que vivem nas ruas) para 15 a 20 anos.
Para os tutores que moram em apartamento, as telas de proteção se tornam ainda mais importantes. Elas evitam que o gato caia acidentalmente das janelas, prevenindo traumas graves e, até mesmo, o óbito do pet.
Antes do novo gato chegar à casa, é preciso adaptar o ambiente para recebê-lo. Os potes de comida e água devem ser de materiais como inox ou porcelana. O plástico deve ser evitado, pois é um material poroso e que, facilmente, abriga germes e bactérias, causando alergias, acne e oferecendo outros riscos ao felino.
Além disso, invista em brinquedos que estimulem o gato a realizar atividades físicas e instiguem a sua curiosidade. Caminhas podem ser colocadas em locais mais altos – os preferidos dos felinos.
Quanto às necessidades fisiológicas, é preciso disponibilizar duas caixas de areia por gato e mantê-las sempre bem-higienizadas. Também é importante ressaltar que os arranhadores são itens indispensáveis, é preciso ter ao menos um para cada gato da casa.
A alimentação deve ser compatível com a faixa etária e características do novo gatinho. Opte, preferencialmente, pelas rações premium ou super premium, além de inserir, ocasionalmente, alimentos úmidos, como sachês.
Itens que possam causar acidentes devem ser guardados em locais seguros, para que o pet não sofra traumas desnecessários. Isto inclui materiais de corte e costura e fios elétricos. As plantas também devem ser observadas, pois diversas delas são tóxicas aos gatos. Alguns exemplos são:
Antes de levar o gato para a nova casa, é preciso certificar-se de que a saúde do pet está em dia e, sendo necessário, buscar os meios corretos para torná-lo saudável. No Hospital Veterinário Vitta de Bicho, contamos com veterinários especializados na saúde felina, que irão entender as particularidades da espécie e diagnosticar doenças mais facilmente. Para este momento, é preferível que o tutor leve informações sobre o histórico de saúde do gatinho e da mãe.
Nesse primeiro momento, o veterinário irá fazer o teste para FIV e FeLV (doenças sem cura e que afetam o sistema imunológico do gato), realizar as vacinas pertinentes, combater parasitas internos e externos, além de realizar os exames necessários para que o pet possa entrar em contato com a nova família de forma segura. Além disso, caso ele tenha mais de 6 meses e não seja castrado, será possível marcar a cirurgia mais brevemente.
É importante lembrar que, gatos diagnosticados com FIV e/ou FeLV, não devem viver com outros indivíduos que não tenham as doenças, evitando a propagação destas.
Assim que o novo felino chegar à residência, é preciso alojá-lo em um “quarto seguro”, que tenha cobertores com o cheiro da mãe e objetos provenientes do local de adoção. Com isso, o ambiente se torna mais reconforte e familiar ao gato. Ele deve ter objetos de alimentação e higiene próprios. Ele pode ficar neste cômodo pelo tempo necessário, até que se acalme e se mostre seguro para explorar a nova casa.
Brinquedos com erva de gato, caixas de papelão e outros artifícios podem facilitar o processo de adaptação. A quantidade de dias até que ele se sinta confortável no novo lar é variável e deve ser respeitada. Nunca pressione o felino ou force-o a sair do cômodo, isso pode gerar estresse e afetar o bem-estar do animal. Com o passar do tempo, à medida que se sentir seguro, o pet irá sair e começar a explorar. Tenha paciência e aproveite o período para entender melhor a personalidade do seu novo amigo.
Caso o gato se recuse a comer, não utilize a caixa de areia e apresente sinais de apatia, não hesite em buscar auxílio de um médico veterinário.
A adaptação de um gato à uma família que já tem outros animais pode ser mais complexa, porém, com amor e paciência, é possível fazer essa habituação de forma tranquila.
Depois de seguir os cuidados com a adaptação do gato ao novo lar, inicia-se o processo com os felinos que são de casa. Aos poucos, coloque elementos (manta, brinquedos) com o cheiro dos gatos residentes próximos ao novo pet. Faça também o inverso.
Com o passar dos dias, deixe que os gatos residentes conheçam o novo felino, sem pressioná-los. É fundamental recompensá-los com petiscos sempre que estiverem próximos, estreitando este contato. Além disso, enriqueça os ambientes com brinquedos e caixas de papelão, estimulando a interação entre eles.
Assim como com outros gatos, é preciso adaptar os cães para que se familiarizem com o cheiro do novo gatinho. Faça isso com a troca de brinquedos, mantas e outros elementos que tenham sido utilizados pelo outro pet.
Quando for realizar o primeiro contato entre cães e gatos, é importante que ambos estejam com coleiras e guias, para que sejam afastados em caso de imprevistos. Em caso de dificuldades ou dúvidas quanto ao temperamento dos pets, busque auxílio de um médico veterinário e/ou de um adestrador. E não esqueça: o processo de adaptação entre cães e gatos pode levar vários dias, então tenha paciência e sempre recompense as atitudes positivas.